quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Sobre a Amy (ainda)

Reflexão 
Amy Winehouse morreu e nos lembrou de que somos, sim, todos vulneráveis (é fato, uns bem mais do que outros). De que, enquanto vivos, somos alvo de muitas críticas e de pouquíssimas palavras de conforto. De que, enquanto mortos, por todos somos abençoados e bem-quistos... Quanta hipocrisia essa nossa, a dos vivos! Não deveríamos todos medir nossas palavras e pautar nossas ações pela sempre constante e ativa perspectiva da morte iminente (que a todos, a todos, nos ronda, indiscriminadamente)?

"I died a hundred times"
E, mesmo com suas inúmeras e desconhecidas dores, não teria a  Amy menina vivido melhor do que muitos, os que dizem viver suas vidas, mas sempre temendo - a morte e outras coisitas mais - obcecados por ilusões e, por isso, da vida real pouco conhecendo? A letra de Back to Black nos insinua que ao menos em parte a temática da morte estava presente para a artista que, de certa forma, a pressentia. Sempre devo o devido respeito às pessoas que, por refletir acerca da morte se entremostram, sempre, em estado espiritualmente adiantado, aceitando essa condição natural da vida. Em poucas palavras, só quem se familiariza, pouco a pouco, com a idéia da morte - exercício a ser feito no decorrer dessa nossa existência - pode, de fato, compreender a vida e vivê-la como ela merece ser vivida.
E repito com Lorna St. Aubyn: "Morrer com medo é a coisa mais inútil de todas".